Uma das muitas complicações de a humanidade um dia estabelecer colônias em outros planetas é a de conseguir que a população aumente. Afinal, além de dificuldades relacionadas com a radiação, que certamente afetaria o DNA das células que dão origem aos embriões, diferenças na gravidade impactariam não só a gestação e o parto, como o próprio ato de… bem… fazer bebês. No entanto, com relação a como a ausência de gravidade interferiria com os espermatozoides, parece que os danados não se abalariam, não.
Bebês interplanetários
Pelo menos foi isso o que apontou uma série de experimentos realizados por cientistas de uma instituição de Barcelona – que expuseram 10 amostras de esperma a condições de microgravidade semelhantes às do espaço. Os testes consistiram em levar os frascos contendo o material congelado para passear em uma aeronave especial usada para simular a ausência de gravidade.
Durante o voo, as amostras foram submetidas a 20 intervalos de 8 segundos cada em situação de microgravidade e, após retornarem ao laboratório, os espermatozoides contidos nos frascos não mostraram qualquer problema de mobilidade, concentração ou fragmentação genética. Apesar de se tratar de um estudo pequeno e que não envolveu realmente enviar material ao espaço, os resultados são bastante significativos.
(Fonte: Smithsonian.com)
Isso porque, além de algumas pesquisas anteriores terem sugerido que a mobilidade do esperma humano – “in natura” – poderia ser bastante prejudicada em ambientes de microgravidade, a possibilidade de que amostras desse material possam ser congeladas e transportadas sem afetar a viabilidade dos espermatozoides significa que, no futuro, a humanidade poderá criar bancos de sêmen que permitirão que viajantes espaciais e colonizadores em outros planetas se reproduzam.
E não é só isso: pensando pelo lado de que as mulheres são menos robustas, requerem um aporte menor de calorias, parecem sofrer menos com os efeitos das viagens espaciais do que os homens e são indispensáveis para a gestação de um novo ser humano, a possibilidade de partir com um banco de sêmen a tiracolo proporcionaria uma maior diversidade genética e facilitaria os processos de reprodução assistida.
(Fonte: Teen Vogue)
Obviamente, é necessário expandir os experimentos e realmente enviar amostras ao espaço para descobrir quais seriam os verdadeiros efeitos – e os cientistas por trás deste estudo pretendem fazer exatamente isso em breve. Mas, considerando que o número de missões espaciais provavelmente aumentará em breve e que a duração das viagens também poderá se tornar mais longo, é bom que os pesquisadores se preocupem em como os humanos perpetuarão a espécie.
Fonte: Tecmundo