Tecnologia

Cambridge Analytica teria atuado no Brasil nas últimas eleições

A empresa Cambridge Analytica (ligada ao SCL Group) ficou famosa após um escândalo envolvendo o Facebook, a coleta indevida de dados de milhões de usuários em 2018 e a eleição do presidente Donald Trump nos Estados Unidos. Como declara a revista FayerWayer, arquivos vazados recentemente indicam que sua atuação foi muito mais extensa: ao todo foram 68 países, incluindo o Brasil.

Quem revelou essa informação foi a ex-diretora da Cambridge Analytica, Brittany Kaiser, na última quinta-feira (2). Ela expôs informações sobre negociações da companhia em território brasileiro antes do período eleitoral de 2018 e nos demais países.

Ex-diretora da Cambridge Analytica, Brittany Kaiser (Fonte: Reprodução/UOL)

De acordo com a UOL, a intenção era manipular as eleições brasileiras, mas a companhia não obteve sucesso como no caso dos Estados Unidos ou do Brexit. Kaiser divulgou arquivos contendo e-mails de maio de 2016 até janeiro de 2017, dentre outras informações.

Os e-mails giram em torno de dois eventos principais. O primeiro trata-se da visita de Mark Turnbull, responsável pelo setor de campanhas eleitorais da companhia, a São Paulo. E o segundo trata-se de um acordo com o consultor político André Torreta, presidente-executivo da agência Ponte Estratégica — que importou o método da Cambridge Analytica no Brasil.

(Fonte: Reprodução/Brasil 247)

Em uma troca de e-mails com Pedro Vizeu-Pinheiro, diretor da SCL Group no Brasil, Turnbull revela as intenções da viagem a São Paulo. Ele queria identificar oportunidades com empresas e partidos políticos; recolher dados que poderiam ser utilizados durante as eleições e oferecer seus serviços aos candidatos à presidência, governos estaduais, Congresso Nacional e Legislativo.

Segundo a Revista Fórum, as mensagens revelam, inclusive, que Mark Turnbull teria se reunido com um presidenciável que não tem o nome citado. Mas, apesar disso, não foram encontradas evidências de que as negociações com o candidato à presidência chegaram à fase final. Nos e-mails, a empresa elenca somente 4 contratos feitos com prefeitos brasileiros, cujos nomes também não são citados.

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Fonte: Tecmundo