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Como Evangelion mudou a vida de Yoko Takahashi, cantora da abertura

“Zankoku na tenshi no youni shounen yo shinwa ni nare…”

Uma das músicas de abertura de anime mais marcantes de todos os tempos, A Cruel Angel’s Thesis — ou Zankoku no Tenshi no Teeze, no original — é um hit em karaokês ao redor do mundo todo. A melodia acompanha imagens de Shinji, Rei, Asuka, Misato e outros personagens de Neon Genesis Evangelion, e a sequência de cortes rápidos com frases num fundo preto se tornou uma marca registrada dessa introdução.

Lançada há 24 anos, a música ainda faz muito sucesso e marcou a vida de Yoko Takahashi, a cantora que interpreta a canção: “Todo mundo canta em japonês junto comigo, e isso me faz muito feliz”, nos conta a artista em uma conversa com jornalistas durante o Anime Japan 2019.

Na época em que a música foi lançada, era impossível prever as proporções que Evangelion tomaria não só no Japão, mas internacionalmente também. Quando o anime estourou no ocidente, foi uma grande surpresa para Takahashi que, de repente, tinha sua voz replicada por toda parte:

Essa música é um presente dos céus para mim. Graças a isso, pessoas podem ouvir a minha voz ao redor do mundo há 24 anos.

A cantora vai lançar um mini álbum especial de Evangelion chamado de Evangelion Extreme, compilando as músicas lançadas para o pachinko (uma mistura de máquina arcade com caça-níqueis) da franquia, estreando uma nova faixa chamada de Lua VermelhaAkai Tsuki, no original em japonês. A canção foi feita juntamente com Toshiyuki Omori, o mesmo músico que fez o arranjo de A Cruel Angel’s Thesis. A arte de capa fica por conta de Yoshimichi Kameda, animador que trabalhou em Evangelion: 3.0 You Can (Not) Redo, e que atuou como diretor de animação e designer de personagens em Mob Psycho 100.

Capa do EP Evangelion Extreme | Arte: Yoshimichi Kameda

Yoko Takahashi se declara fã da obra, chegando até a dizer que “é sua Bíblia. A proximidade e as relações interpessoais são temas abordados no anime, que acompanha a história de Shinji Ikari, um adolescente que é forçado a trabalhar com seu pai e pilotar um enorme mecha para lutar contra Anjos, monstros enormes que atacam as cidades e podem causar outro cataclismo.

A trama explora os sentimentos do ponto de vista adolescente, e lida com dramas inerentes à essa época da vida, mas também apresenta personagens adultos, como é o caso de Misato Katsuragi, comandante e tutora de Shinji — não importa em qual época da vida você assista Evangelion, há algum personagem com o qual você consegue se identificar.

Para Takahashi, que diz se identificar mais com Misato, esse é o grande charme da franquia: “Tudo sobre essa série levanta questões e oferece respostas, e faz você refletir sobre o jeito que os humanos agem”, conta.

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Yoko Takahashi se apresenta em painel da Netflix durante o Anime Japan 2019 | Foto: Netflix

Evangelion conta uma história extremamente pessoal e humana ao mesmo tempo em que nos apresenta um universo de fantasia que, de alguma forma, se parece muito com o nosso. O episódio final da série de TV tem diversas interpretações, e uma delas gerou até mesmo uma sequência de filmes — que ainda estão sendo lançados, mais de 20 anos depois da estreia. A série e os filmes chegam à Netflix em 21 de junho de 2019.

Estivemos no Japão à convite da Netflix. Confira também nossa conversa com os diretores de Ultraman!




Fonte: Jovem Nerd