No dia 8 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher e, apesar dos avanços pela igualdade nas últimas décadas, ainda é possível perceber a desigualdade ao redor do mundo. Pensando nisso, 76 mulheres, entre atrizes, roteiristas, empresárias, cantoras e produtoras de conteúdo, assinaram uma carta no The Guardian reivindicando direitos iguais e pedindo o fim do silenciamento daquelas que lutam por isso.
Entre os nomes que assinam a carta estão Emma Watson, Gillian Anderson, Felicity Jones, Emma Thompson, Dua Lipa e Ruth Negga.
✊ Today I stand with @woman_kind @ChimamandaReal @AmikaGeorge @AdwoaAboah_ @MissDumezweni @MeeraSyal @NimkoAli & others to call on govts to do more to ensure the rights of women everywhere are respected, protected, valued & realised. #IWD2019 #WK30https://t.co/daW3t6DV25 pic.twitter.com/q4VkUb2VBf
— Emma Watson (@EmmaWatson) March 8, 2019
“Hoje eu me posiciono ao lado de @woman_kind @ChimamandaReal @AmikaGeorge @AdwoaAboah_ @MissDumezweni @MeeraSyal @NimkoAli e outras para pedir aos governos que garantam que os direitos das mulheres em todo o mundo sejam respeitados, protegidos, valorizados e cumpridos.”
Confira a tradução na íntegra do texto:
No Dia Internacional da Mulher 2019, é um fato surpreendente que em nenhum país do mundo as mulheres desfrutem dos mesmos direitos ou oportunidades que os homens. Todos os dias, mulheres e meninas enfrentam discriminação, pobreza e violência apenas porque são mulheres. Globalmente, pelo menos uma a cada três mulheres sofrem violência durante a sua vida. As mulheres trabalham mais horas e recebem menos. Menos de um a cada quatro parlamentares em todo o mundo são mulheres. Os direitos das mulheres são direitos humanos, mas mulheres e meninas em todos os lugares ainda têm seus direitos negados.
Conforme a força do movimento #MeToo continua a crescer, estamos testemunhando um reconhecimento sem precedentes dos desafios que as mulheres enfrentam. Agora, mais do que nunca, temos a oportunidade de superar a opressão sistêmica que nega direitos às mulheres. É hora de deixar as conversas e partir para a ação. Para isso, mulheres em toda a sua diversidade – de todas as nacionalidades, etnias, habilidade, religião, orientação sexual ou identidade de gênero – devem ter suas vozes ouvidas e respeitadas. Todas as mulheres deveriam ter a liberdade de fazer suas próprias escolhas e reivindicar seus direitos. Entretanto, quando as mulheres se posicionam, tentam ter voz nas decisões que afetam suas vidas ou defendem seus direitos, muitas vezes elas são silenciadas, atacadas ou ameaçadas. As mulheres correm risco de retaliação, censura e violência onde quer que se posicionem, tanto online quanto offline. A competência e a experiência de mulheres defensoras dos direitos humanos não têm reconhecimento ou confiança. As mulheres não estão sendo consultadas de maneira significativa sobre questões que as afetam diretamente. As mulheres que se posicionam estão enfrentando todas as formas de violência e abuso. Isso tem que parar.
Os governos em todas as partes do mundo devem fazer mais para proteger as mulheres que defendem os seus direitos. Pedimos a eles que reconheçam e confiem na competência de organizações de direitos das mulheres e movimentos de mulheres, em particular aqueles que representam mulheres marginalizadas; para combater o silenciamento das ativistas de direitos das mulheres; e para cumprir os compromissos para proteger as mulheres defensoras dos direitos humanos, levando à justiça aqueles que cometem violência, e enrijecendo a lei de acordo com as estruturas internacionais de direitos humanos. Movimentos de mulheres fortes e diversificadas tem a habilidade, experiência, visão, liderança e paixão para transformar o nosso mundo através de solidariedade e colaboração local, nacional, regional e internacional, trazendo mulheres do mundo inteiro para o processo. Juntos, nós podemos trabalhar rumo a um mundo justo onde os direitos das mulheres sejam respeitados, valorizados e cumpridos. Estamos ansiosas para esse futuro.
Fonte: Jovem Nerd