Os governos dos EUA, Reino Unido e Austrália estão solicitando ao Facebook que adie sua decisão de implementar a criptografia ponto-a-ponto do tipo E2EE em todos os seus aplicativos de mensagens instantâneas, tais como WhatsApp e Messenger. De acordo com as autoridades, a solução de segurança e privacidade adotada pela companhia atrapalha a ação da justiça em casos investigados, uma vez que torna impossível o acesso às mensagens trocadas nessas plataformas.
E2EE dificulta acesso até o próprio Facebook
Os três países fizeram um acordo (chamado de CLOUD Act) conjunto para o compartilhamento de dados, que visa facilitar a troca de informações de empresas de tecnologia para que a polícia consiga interceptar ações criminosas.
A carta enviada à companhia explica que a segurança de plataformas virtuais não deve deixar os cidadãos mais propensos a riscos no mundo físico.
Especialistas dizem que se os planos do Facebook de padronizar a criptografia E2EE nos apps de mensagens se concretizarem, nem a própria empresa terá acesso ao conteúdo considerado criminoso, impactando seus esforços de monitoramento e moderação no uso da plataforma.
Impasse é conhecido como “Going Dark”
A criptografia do Facebook, que visa proteger a segurança e privacidade de seus usuários, mas, ao mesmo tempo, pode colocá-los em risco, minimizando o poder de investigação por parte dos agentes da lei, cria uma dicotomia conhecida pelo nome “Going Dark” (indo ao sombrio, em português).
O termo é utilizado nos casos em que a justiça faz solicitações de acesso a um conteúdo considerado privado e, portanto, protegido pela segurança digital.
Embora a empresa reconheça que seus métodos de segurança virtual possam dificultar a ação da justiça, além de sua própria capacidade de combater conteúdo criminoso, ofensivo e ilegal, ela afirma que não pretende recuar, mas deve adotar novas estratégias de prevenção, sempre na tentativa de proteger a privacidade de seus usuários.
Fonte: Tecmundo