Martin Gottesfeld, 24, foi preso em Massachussetts (EUA) por lançar ataques de negação de serviço (DDoS) contra computadores de duas organizações de saúde em 2014, Boston Children’s Hospital (BCH) e Wayside Youth & Family Support Network, sob o nome do grupo Anonymous. Os ataques renderam 10 anos na prisão para Gottesfeld.
De acordo com a Reuters, o rapaz julgado criminoso realizou os ataques DDoS em protesto contra o tratamento dado a uma paciente adolescente chamada Justina Pelletier. Justina passava por uma batalha judicial de custódia entre seus pais e BCH durante o tratamento — o hospital determinou que os problemas de saúde de Justina eram de natureza psquiátrica; ainda, o hospital alegou que os pais estavam interferindo no tratamento correto.
O hacker Gottesfeld disse que “fez uma grande diferença na vida de Pelletier”
Os pais de Justina Pelletier entraram em uma disputa sobre o diagnóstico entregue pelo hospital. Durante a disputa, um juiz concedeu a custódia da adolescente ao estado de Massachusetts. Após seu diagnóstico, Pelletier foi posteriormente transferida para a Wayside Youth & Family Support Network e, 16 meses depois, foi liberada para seus pais por ordem judicial.
Ao juiz responsável pelo caso, o hacker Gottesfeld disse que “fez uma grande diferença na vida de Pelletier”. “Meu único arrependimento é que não cheguei a Justina mais cedo. Eu gostaria de ter feito mais”, adicionou. O hacker ainda pediu para ser liberado por já ter cumprido tempo na cadeia.
Por outro lado, o procurador assistente dos EUA, David D’Addio, também chamou Gottesfeld de uma “ameaça autoengrandecida” que colocava em risco a vida das crianças e até acreditava que ele poderia atacar novamente.
Martin Gottesfeld
O ataque DDoS
Além dos 10 anos de cadeia, Gottesfeld deverá pagar aos EUA cerca de US$ 443 mil em restituição aos danos causados nas instituições de saúde.
O jovem usou uma rede de bots com 40 mil roteadores infectados para carregar os ataques tirou o BCH do ar. Não só o BCH, outros hospitais da região também ficaram sem acesso à internet. O Wayside Youth and Family Support Network, por exemplo, ficou mais de semana totalmente offline causando danos de US$ 18 mil — estes “danos” foram trabalhos de mitigação do problema.
“Foi sua arrogância e orgulho equivocado que estiveram em exibição neste caso”, disse o juiz
O hospital que mais sofreu, obviamente, foi o BCH. Ele ficou cerca de duas semanas offline e causou US$ 600 mil em danos, afetado até as capacidades de pesquisa e operações dos médicos.
“Foi sua arrogância e orgulho equivocado que estiveram em exibição neste caso desde o começo e que o levaram a acreditar que sabia mais do que os médicos do Hospital Infantil de Boston”, disse o juiz que sentenciou Gottesfeld.
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Fonte: Tecmundo