Os idosos são quem mais compartilham notícias falsas no Facebook. Um estudo da Universidade de Princeton descobriu que quanto mais velha a pessoa é, maiores são as chances dela compartilhar (e acreditar em) uma notícia falsa — independentemente da posição política, do gênero ou do grau de estudo da pessoa.
Homens e mulheres acima de 65 anos são, de longe, os que mais compartilham fake news na rede social: 11% dos idosos publicaram links mentirosos, enquanto os jovens de 18 a 29 anos compartilharam apenas 3% de falsidades.
Os maiores de 65 anos compartilham mais do que o dobro de fake news do que os adultos de meia idade (45 a 64 anos). Veja no gráfico abaixo:
No quesito preferência política, os republicanos são os que mais compartilharam as notícias falsas. Entre aqueles que publicaram fake news, 4% se declararam do Partido Democrata, enquanto 18% disseram ser Republicanos.
O estudo justifica esses dados dizendo que a ‘máquina de fake news pró-Trump’ buscava atingir os mais conservadores e os favoráveis ao partido Republicano (que em sua maioria são mais velhos). A falta de uma alfabetização digital para os mais velhos e um declínio cognitivo também são motivos para os idosos caírem mais em em fraudes.
Apesar sermos bombardeados com notícias falsas, a perspectiva para o futuro não é tão ruim assim. O estudo conseguiu ver que 90% das pessoas que usam o Facebook não publicaram nenhum link falso durante os dois anos de análise. “Compartilhar notícias com fake news é um evento muito mais raro do que compartilhar links num geral”, analisa a pesquisa feita pela universidade de Princeton.
Vale lembrar
O estudo analisou uma amostra de 3500 adultos residentes dos Estados Unidos e comparou a veracidade dos links compartilhados de 2016 até 2018 (período em que Donald Trump governa os Estados Unidos). A veracidade dos links foi conferida através de checadores de fatos.
No início do processo, os pesquisadores pediram a autorização dos usuários para instalar uma extensão que monitorava a conta e os compartilhamentos desses 3500 usuários. Esse monitoramento gerou dados relacionados a religião, preferência política e as páginas que cada usuário curtiu. Os dados foram obtidos com a devida autorização.
Um outro adendo é lembrar que somente a parte aberta e pública do Facebook foi alvo de estudo dos pesquisadores. Não sabemos a quantidade de notícias falsas que são disseminadas em mensageiros privados como o Facebook Messenger e o próprio WhatsApp — que gerou muita discussão na eleição presidencial brasileira.
O que mais preocupa é que um outro estudo (esse da agência Reuters) mostrou que as pessoas estão buscando cada vez mais se informar através do WhatsApp. Só nos últimos dois anos, o número de notícias consumidas no Facebook caíram 6%. Entre os mais jovens a queda chegou a ser de 20%. Enquanto isso, o número de pessoas que consome notícias pelo WhatsApp cresceu 4%.
Fonte: Jovem Nerd