Programar nos anos 80 era muito difícil. Além de poucas opções, como o Basic, DOS ou Turbo Pascal, era necessário digitar centenas de linhas, com um precisão matemática de caracteres, para realizar pequenos trabalhos — hoje muito fáceis, a exemplo de criar uma pesquisa ou desenhar uma casa. Atualmente, é até mesmo possível usar os mesmos princípios em programas que usam ferramentas modulares no estilo “drag and drop”, o que facilita bastante o processo e é muito mais didático.
Agora, a Microsoft leva esse conceito ao Project Torino, uma iniciativa para os baixinhos de 7 a 11 anos que usa uma linguagem de programação física, tátil, para quem possui deficiências visuais. O Code Jumper usa blocos de diferentes tamanhos, formatos e cores, cada um com sua função e comando distintos. Concebido há alguns anos, o projeto veio se desenvolvendo desde então e agora começa a entrar em uma fase mais interessante.
Fonte: Microsoft
Usando as ferramentas de codificação, os alunos podem fazer coisas como criar músicas, poesia e sons, entre outras. A imaginação é o limite, pois ele pode ser aplicado em várias frentes.
Uma linguagem para todos
Cecily Morrison, uma das pesquisadoras envolvidas, espera que o Project Torino também seja atraente e útil para todos os alunos, independentemente de terem deficiências visuais ou outros desafios. “Um dos nossos principais princípios de design foi a inclusão. Nós não queremos isolar essas crianças novamente”, disse.
“A ideia era criar algo que uma turma tradicional pudesse usar junto.” O objetivo final é ainda mais ambicioso: usar essa mentalidade para ajudar pessoas com dislexia ou autismo a se tornarem engenheiros de software e cientistas da computação. “Está claro que há uma enorme oportunidade em empregos na área de computação profissional. Essas são ótimas carreiras para muitas crianças que podem ter dificuldade em acessar outras.”
Fonte: Microsoft
A Microsoft tem trabalhado ao lado da American Printing House for the Blind (APH) para ajustar seu sistema e agora está entregando seu trabalho para que os alunos possam começar a acessá-lo. A entidade para deficientes visuais planeja lançar o Code Jumper na Austrália, no Canadá, na Índia, no Reino Unido e nos Estados Unidos ainda nesta temporada, com disponibilidade mundial prevista para os próximos cinco anos.
Fonte: Tecmundo