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Homem-Aranha: Longe de Casa | Crítica

Já virou piada clichê na internet se referir aos filmes do MCU como “mais um acerto Marvel”. Mas Homem-Aranha: Longe de Casa me obriga a abraçar essa expressão.

Servindo como um epílogo para os eventos de Vingadores: Ultimato, e encerrando a Fase 3, Longe de Casa tem tudo aquilo que faz a gente gostar desse universo: aventura, batalhas grandiosas, humor e cenas cativantes. Para coroar tudo isso, essa segunda aventura do Amigão da Vizinhança no Marvel Studios ainda traz um desenvolvimento de personagem interessantíssimo para Peter (Tom Holland).

Na trama, Peter e seus amigos estão se acostumando à nova realidade, já que ficaram fora do mundo por cinco anos, após o estalo de Thanos em Guerra Infinita. Num movimento para ajudar os jovens a se recolocarem na civilização, a escola Midtown High promove uma viagem para a Europa no verão. Mas é claro que surgem problemas, e cabe ao Cabeça de Teia ajudar a solucionar a situação.

O mundo está sofrendo ataques de monstros elementais, e Mystério (Jake Gyllenhaal) parece ser o único capaz de deter essas criaturas. Isso deixa Nick Fury preocupado, e, para que os Vingadores estejam presentes no controle da situação, ele recruta o Teioso para representar a equipe nessa luta.

Dirigido novamente por Jon Watts, Longe de Casa consegue trazer mais elementos clássicos do Homem-Aranha para sua trama, já que, diferentemente de De Volta ao Lar, não tem o peso da responsabilidade de ser um novo começo para o personagem. Nesse longa, as dificuldades sociais de Peter ficam mais evidentes, principalmente quando o garoto está fantasiando sobre um possível relacionamento com MJ (Zendaya).

Com essa tentativa de se encaixar, surge o principal ponto forte do longa: a construção da dualidade de Peter entre abraçar seu lado herói ou tentar viver uma vida como um adolescente normal. Isso é algo recorrente nas histórias do Aranha, tendo sido inclusive mostrado no excelente Homem-Aranha 2 (2004). O mais legal é ver como Holland consegue manter a essência do personagem, mas sem se debruçar em nada do que foi feito anteriormente, já que no cerne desta questão está o peso que o herói sente pela morte de Tony Stark e os acontecimentos de Ultimato.

Esteticamente, Longe de Casa dá um salto em relação à visão tradicional apresentada em De Volta ao Lar. Aliado ao diretor de fotografia Matthew J. Lloyd (Capitã Marvel), Watts entrega algumas sequências visualmente incríveis, com ângulos retirados diretamente dos quadrinhos. Em uma delas, onde realidade e ilusão se misturam, o diretor constrói uma das batalhas mais criativas de todo o MCU.

Preparando o terreno para a vindoura Fase 4 do Marvel Studios, Homem-Aranha: Longe de Casa consegue trazer o que há de melhor nesse universo, aliado ao que há de melhor no histórico do Cabeça de Teia. Uma aventura que certamente deixará os fãs curiosos pelo que vem por aí.


Fonte: Jovem Nerd