Recentemente, a série Boundary Break, do canal Shesez, que desvenda mistérios de produção e “quebra” a parede invisível dos games, descobriu em colaboração com a Yatch Club Games que Shovel Knight é, na verdade, um jogo 3D que simula 2D.
A Yatch Club Games é a desenvolvedora de Shovel Knight e ofereceu ferramentas para que o youtuber consiga ver como o jogo é renderizado. Diferentemente de games 2D da geração NES e Master System, Shovel Knight não usa sprites e desenvolvimento comum de um jogo 2D, e sim um motor gráfico 3D.
Como você pode ver abaixo, Shovel Knight é montado como se fosse uma colagem de elementos 3D que se distanciam no eixo Z. Ou explicando de forma mais clara, é como se fosse um livro de pop-up infantil, com os elementos 3D fingindo ser 2D. Sem dúvidas, é um método de criação bem único, mas tem explicação.
Segundo a desenvolvedora, o projeto de Shovel Knight começou sem um escopo definido e poderia ser 3D (nada estava certo). Além disso, em um certo ponto de produção, os funcionários acharam que era mais fácil encontrar bugs e soluções em um motor gráfico 3D do que em uma programação tradicional em 2D, o que acabou mantendo o método mesmo depois de muito tempo. Certamente, uma curiosidade bem interessante.
É mais comum do que parece
Apesar de ser um fato curioso para muita gente, o desenvolvimento atual de games utiliza essa técnica com certa frequência. É sempre curioso ver os bastidores (neste caso, visualmente) de produção, mas esse tipo de criação é relativamente comum e, inclusive, ensinado em universidades.
A técnica tem a vantagem de ser mais fácil, prática e visualmente compreensível ao desenvolvedor, algo que nem sempre é didático para quem está começando na área. Como os próprios desenvolvedores da Yatch Club comentaram, usar essa engine proprietária para fazer Shovel Knight como um game 3D era mais simples para corrigir e fazer ajustes na obra.
Em engines proprietárias ou abertas (como a Unity), quase todos os games 2D são feitos desta maneira, mesmo que o resultado que vemos na prática seja algo essecialmente 2D. Na prática, trata-se de várias camadas, mas a câmera é única e ortogonal (com ângulos retos), mostrando somente a perspectiva desejada. E isso, vale ressaltar, é bem diferente do que acontecia na geração 8 e 16 bits, em que o “3D” era simulado com efeitos parallax (técnica em que imagens de tamanhos distintos se movem em velocidades diferentes) e outras técnicas de profundidade.
Shovel Knight está disponível no Xbox One, Nintendo 3DS, Nintendo Wii U, Nintendo Switch, PS3, PS4, PS Vita e PC.
Fonte: Voxel