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Professora cria app para ajudar mulheres com endometriose

Cerca de 200 milhões de mulheres sofrem com endometriose no mundo inteiro. Apesar de ser uma doença relativamente comum, o diagnóstico clínico é difícil, especialmente pela variabilidade de sintomas de mulher para mulher. 

De causa desconhecida, a endometriose é o crescimento do revestimento interno do útero (que é liberado durante a menstruação) em outros órgãos, especialmente aqueles dentro da cavidade pélvica. Mesmo com quadros variados, a maioria das mulheres sofre com fortes cólicas menstruais e dificuldade para engravidar – o que normalmente acaba disparando o sinal de alerta para médicos e pacientes.

Mesmo com essa grande prevalência, a endometriose recebe muito pouco investimento em pesquisa. Nos EUA, projetos sobre a doença recebem menos de 1 dólar por mulher afetada, por exemplo.

Em meio às dificuldaes, Noemie Elhadad, professora de bioinformática da Universidade de Columbia, levantou um verdadeiro banco de dados de sintomas da endometriose a partir de anotações de médicos e até comentários de pacientes em fóruns online. Ela também possui a doença e percebeu que as informações médicas sobre a endometriose e os relatos de pacientes simplesmente não combinavam.

Noemie decidiu, então, criar o Phendo, um aplicativo para rastrear os sintomas da endometriose a partir de relatos das próprias mulheres afetadas pela doença. Depois que as pacientes aceitam participar do estudo através do aplicativo, elas podem fornecer uma série de informações, desde o histórico médico até sintomas e o nível de dor no período menstrual.

Atualmente o Phendo já tem mais de 6 mil usuárias em 65 países fornecendo informações sobre a endometriose todos os dias. A atividade conjunta entre a ideia de Noemie e todas essas mulheres resultou na maior base de dados sobre a doença da história.

O Phendo já permitiu que o grupo de pesquisa de Noemie tirasse novas conclusões sobre a endometriose, como a caracterização detalhada de diferentes fenótipos da doença. Apesar de já se saber da existência de mais de um fenótipo da endometriose, ainda não havia um perfil de cada um deles.

Agora, Noemie quer dar o próximo passo para ajudar mais pacientes com doenças relacionadas à saúde da mulher com o Endo, totalmente dedicado àquelas com síndrome do ovário policístico.


Fonte: Tecmundo